Etanol de Milho Ganha Força no Brasil e Impulsiona o Agronegócio Nacional

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A produção de etanol a partir do milho vem se consolidando como uma alternativa estratégica e promissora para agregar valor à cadeia agropecuária brasileira. Segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho, o país já produz entre 6 e 7 bilhões de litros desse biocombustível, e a expectativa para a próxima safra é de um salto expressivo de cerca de 20%, podendo alcançar quase 10 bilhões de litros. Esse avanço indica que o etanol de milho poderá representar aproximadamente 8% do total de etanol gerado nacionalmente.

As regiões Centro-Oeste e Sul se destacam nesse cenário, concentrando a maior parte das usinas e da produção de milho. Esse desenvolvimento tem gerado impactos positivos no campo. Para o produtor rural, especialmente aquele que investe na segunda safra, o crescimento da indústria do etanol significa uma demanda constante por milho, o que contribui para a estabilidade dos preços ao longo do ano e facilita o escoamento da produção fora do período de colheita.

Outro fator relevante é a geração de subprodutos durante o processo de fabricação do etanol. Entre eles estão o DDGS (um farelo rico em proteína), o óleo de milho e a energia renovável. Esses produtos são amplamente utilizados na alimentação animal e no abastecimento energético de propriedades rurais, o que amplia a rentabilidade e reforça a sustentabilidade nas atividades agrícolas.

Nos últimos cinco anos, o setor registrou um crescimento expressivo de 800% na produção, com a inauguração de novas usinas, aumento da capacidade industrial e geração de empregos tanto no campo quanto em áreas urbanas. Esses investimentos refletem o fortalecimento da infraestrutura agroindustrial e o avanço tecnológico no setor.

Com projeções que apontam para uma produção superior a 10 bilhões de litros no ciclo 2025/26, o etanol de milho tende a se tornar ainda mais relevante na matriz energética brasileira. O produtor rural passa a integrar uma cadeia produtiva mais sofisticada, que valoriza o grão não apenas pelo preço de mercado, mas por seu papel na geração de energia limpa e desenvolvimento regional.

Além disso, as margens de lucro da indústria estão em ascensão. Para a safra 2025/26, a rentabilidade pode variar entre 19% e 34,7%, frente a uma média de 9,8% prevista para o ciclo anterior. Esse cenário favorável estimula novos investimentos em plantas industriais. De acordo com a consultoria Datagro, a produção de etanol de milho pode mais que dobrar nos próximos anos, passando de 8,2 bilhões de litros em 2024/25 para 18,4 bilhões em 2033/34.

Com esse ritmo de crescimento, o etanol de milho se firma não apenas como uma alternativa energética, mas como um motor de desenvolvimento para o agronegócio brasileiro.