Adapar define regras para suinocultura extensiva

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Foto: Adapar Paraná

Novas regras fortalecem a criação de suínos ao ar livre no Paraná com foco em segurança e sustentabilidade

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) deu um importante passo em direção à valorização e regularização das criações de suínos ao ar livre no estado. A publicação da Portaria nº 205/2025, divulgada esta semana, estabelece normas específicas de biosseguridade para pequenos criadores que mantêm animais em sistemas não confinados, com destaque para as raças crioulas e produções de base agroecológica.

Essa iniciativa, inédita no Brasil, surge como resposta à necessidade de equilibrar a tradição das criações ao ar livre com as exigências sanitárias modernas. O novo regulamento inclui diretrizes como cercas de contenção, estruturas adequadas de manejo, cuidados com a qualidade da água, controle de pragas e medidas de higiene. A portaria foi elaborada em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), demonstrando o empenho conjunto entre poder público e instituições acadêmicas.

Anunciada preliminarmente durante a Semana do Porco Crioulo, realizada em maio na Assembleia Legislativa do Paraná, a medida também define parâmetros sobre a quantidade de suínos destinada ao consumo próprio, bem como critérios mínimos para espaço físico e cuidados ao ar livre. A regulamentação traz ainda orientações quanto ao registro das práticas adotadas, contribuindo para a rastreabilidade e confiança do consumidor.

Segundo Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, a iniciativa representa uma nova oportunidade para pequenos produtores. “Essa regulamentação oferece uma base segura para o avanço da atividade, ampliando as chances de comercialização e até exportação da carne suína produzida em sistemas ao ar livre”, explica.

O Paraná é reconhecido nacionalmente como berço da raça suína Moura, um animal rústico, adaptado ao ambiente natural e com características valorizadas no mercado gourmet. Ao contrário do suíno industrial, o Moura é criado de forma extensiva, alimentando-se de frutos, raízes e vegetais disponíveis na natureza, o que confere à sua carne sabor, suculência e maciez especiais.

Com a nova normativa, os criadores têm agora um caminho mais claro para a formalização de suas atividades, respeitando a tradição e o meio ambiente, ao mesmo tempo em que conquistam espaços no mercado formal. A regulamentação coloca o Paraná na vanguarda da suinocultura alternativa no Brasil, abrindo portas para um modelo mais sustentável e valorizado de produção animal.