O agronegócio paranaense vive um momento de destaque no cenário nacional. Um dos exemplos mais expressivos é o desempenho nas exportações de milho, que registraram um crescimento impressionante de 77% nos primeiros quatro meses de 2024. O volume exportado alcançou 1,18 milhão de toneladas, bem acima das 668,4 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2023, conforme dados do sistema Agrostat do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Esse avanço posicionou o Paraná como o segundo maior exportador de milho do Brasil, superando outros estados e ficando atrás apenas do Mato Grosso. De acordo com análise do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o crescimento expressivo também se refletiu na receita obtida: foram US$ 267,1 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão), um aumento de 81% em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior.
Enquanto isso, o panorama nacional teve uma retração. As exportações brasileiras de milho caíram 14% no mesmo período, totalizando 6,07 milhões de toneladas frente às 7,07 milhões de 2023. A valorização do Paraná neste contexto contrasta com a tendência nacional e destaca a competitividade do Estado, reforçada por preços mais atrativos e aumento no volume exportado.
O Irã foi o principal destino do milho paranaense, absorvendo 52% das exportações. Egito e Turquia também se destacaram como compradores importantes, com participações de 12,8% e 11,3%, respectivamente.
Produção animal mantém ritmo de crescimento
O boletim do Deral também apontou indicadores positivos para outros segmentos da agropecuária. No setor avícola, o Paraná continua liderando o cenário nacional. No primeiro trimestre de 2025, foram abatidas 1,63 bilhão de cabeças de frango no país, com o Estado sendo responsável por 34,2% desse total. A produção de carne de frango chegou a 3,45 milhões de toneladas, com o Paraná respondendo por 34,9%, registrando crescimentos de 2,5% em abates e 3,1% em volume frente ao ano anterior.
No ramo da suinocultura, abril de 2025 foi histórico para o Estado, que atingiu o maior volume mensal de carne suína exportada: 21,2 mil toneladas, representando um aumento de 25,5% sobre abril de 2024 e 9,3% em relação a março deste ano. As projeções são otimistas, especialmente porque o segundo semestre costuma apresentar maior dinamismo nas exportações.
Diversificação e desempenho nas cadeias produtivas
Além das grandes cadeias produtivas, o Paraná vem se destacando também na produção de ovos. No primeiro trimestre do ano, o Estado ficou em segundo lugar no ranking nacional, com 459,1 milhões de dúzias, o que representa 9,8% da produção brasileira. Houve um aumento de 5,5% em comparação ao mesmo período de 2024. Contudo, no cenário externo, o desempenho foi mais modesto: o Paraná foi o quarto maior exportador, com 2.454 toneladas, uma redução de 32,5% em volume e de 20,4% na receita em relação ao ano anterior.
A produção de cana-de-açúcar também apresenta perspectivas de avanço. A área cultivada em 2025 é estimada em 507 mil hectares, um crescimento de 1% em relação a 2024. Com isso, a expectativa é de uma safra de 36,7 milhões de toneladas. As colheitas começaram em março e já atingiram aproximadamente 8% da área plantada.
Na fruticultura, a pitaia vem ganhando espaço. Em 2023, o Estado produziu 3,2 mil toneladas da fruta em uma área de 273 hectares, com um Valor Bruto de Produção de R$ 27,5 milhões. A cultura será tema central do IV Simpósio Brasileiro e II Encontro Paranaense das Pitaias, programado para os dias 21 a 23 de maio em Maringá.
Já no cultivo de tangerina, o Paraná produziu 94,5 mil toneladas em 2023, ocupando o quarto lugar nacional. Apesar de uma retração de área e volume nos últimos anos, a safra atual começou com boas expectativas devido ao clima favorável. A 57ª Festa Nacional da Ponkan, prevista para junho em Cerro Azul, promete impulsionar ainda mais a visibilidade da cultura.
