A safra paranaense de 2025 traz consigo uma série de desafios e perspectivas para os produtores rurais, conforme apontado pela recente Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A publicação abrange a situação atual de culturas-chave como café, feijão e milho, detalhando as condições climáticas e os impactos econômicos dessas produções.
Café: Uma Safra Promissora, mas Preocupante
O café paranaense começa a ser colhido, com um avanço de 3% da área plantada até a data do relatório. A expectativa é que sejam colhidas 42 mil toneladas em uma área de 25,5 mil hectares. Embora a maior parte das lavouras se encontre em boas condições, com 93% da área considerada em bom estado, o clima tem gerado apreensão. As recentes ondas de calor e a escassez de chuvas foram fatores que elevaram a preocupação dos produtores.
O agrônomo Hugo Godinho, do Deral, destacou a importância do bom momento econômico para a cultura. Embora o preço do café tenha diminuído nos últimos meses, ele permanece acima dos valores registrados no ano passado, com a saca cotada a R$ 2.350. Isso coloca os produtores em uma posição favorável, apesar das dificuldades climáticas.
Feijão: Menos Área, Mais Desafios
A segunda safra de feijão, que ocupa atualmente 332,6 mil hectares, apresenta uma diminuição de 24% na área plantada em relação ao ano anterior. A produção estimada é de 570,3 mil toneladas, mas a produtividade está abaixo do esperado, com uma redução de 7% no potencial de produção. Até o momento, 9% da área foi colhida, e os produtores enfrentam desafios em relação ao rendimento das lavouras.
Milho: Expansão e Incertezas Climáticas
A área destinada à segunda safra de milho no Paraná cresceu 6,9% em relação ao ano passado, chegando a 2,71 milhões de hectares. A expectativa de produção é de 16,2 milhões de toneladas, um dos maiores volumes da história do estado. No entanto, as condições climáticas, especialmente no Norte do Paraná, têm gerado incertezas. O relatório aponta que cerca de 40% das lavouras apresentam condições desfavoráveis, e perdas irreversíveis já foram registradas, totalizando cerca de 240 mil toneladas.
Outras Culturas e Oportunidades
Além dos grãos, o Deral também atualizou informações sobre outras culturas importantes para a economia paranaense. A produção de kiwi, que registrou 181 hectares plantados em 2023, segue crescendo, com o município de Antônio Olinto se destacando como o maior produtor estadual. Eventos como o Encontro Regional de Fruticultura – Kiwitec e a Kiwifest prometem movimentar a região nos próximos meses.
O setor de leite também se destaca, com o Paraná mantendo sua posição como o segundo maior produtor de leite industrializado do Brasil, com 1,07 bilhão de litros entregues aos laticínios. Além disso, o estado segue como o principal fornecedor de carne suína para o mercado interno, com 84% de sua produção destinada ao consumo nacional.
Perspectivas e Desafios
O Paraná continua sendo um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do Brasil. Dados recentes mostram que o estado ocupa a quarta posição nas exportações de ovos e a terceira em relação a perus. O México segue como principal destino das exportações de ovos, enquanto o mercado de carne suína também apresenta resultados positivos.
Apesar dos bons números e das expectativas favoráveis para diversas culturas, o clima segue como o principal desafio para os produtores. As mudanças nas condições climáticas exigem adaptações constantes, e o acompanhamento das safras se torna essencial para mitigar riscos e garantir a continuidade da produção no estado.