O estado do Paraná, importante produtor agrícola do Brasil, está prestes a registrar uma das maiores produtividades médias de milho de sua história na safra de 2025. De acordo com a Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a produção da primeira safra de milho deve alcançar 2,8 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 13% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 2,5 milhões de toneladas. A surpreendente produtividade de 10.627 quilos por hectare, um recorde histórico, é destacada, superando a média de 8.582 kg/ha registrada em 2024.
Apesar da área plantada ser 9% menor em comparação com o ano passado, somando 268,3 mil hectares, a colheita da primeira safra de milho no Paraná já atingiu 90% de sua conclusão, sinalizando uma excelente performance para os produtores. Com preços favoráveis no mercado, que giram em torno de R$ 70 a saca, o produtor paranaense se beneficia de uma alta superior a 40% nos valores quando comparados ao mesmo período do ano passado. Além disso, o custo de implementação das lavouras foi mais baixo, o que contribui para um cenário ainda mais positivo.
No entanto, as expectativas para a segunda safra de milho não são tão otimistas. A falta de chuvas no mês de março, aliada às altas temperaturas, pode impactar negativamente o rendimento da safra ainda em desenvolvimento. Mesmo assim, a estimativa para a produção da segunda safra continua em 15,9 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a soja enfrenta desafios no Paraná. A produção estimada caiu de 22,23 milhões de toneladas, previstas no início da safra, para 21,06 milhões de toneladas. A irregularidade climática, com destaque para a escassez de chuvas nas regiões Oeste e Norte do estado, afetou negativamente a produtividade. Por outro lado, a região Sul do Paraná apresentou resultados mais positivos. Apesar das perdas, o preço médio de venda da soja foi cerca de 13% superior ao do ano passado, garantindo uma boa rentabilidade para o produtor.
Em relação à olericultura, o desempenho da batata e cebola também apresenta desafios. A batata, que já está 92% plantada, registrou uma queda anual de 58,33% no preço no atacado. A cebola, por sua vez, teve uma produtividade de 39,8 toneladas por hectare, com uma redução de 2% na produção em relação ao ano anterior. Já o tomate de primeira safra teve um bom desempenho, mas a segunda safra enfrenta sérios desafios, com uma produtividade muito abaixo do esperado.
Por outro lado, as culturas de inverno mostram perspectivas promissoras. As primeiras estimativas indicam um aumento de 30% na produção dessas culturas em 2025, embora a área plantada seja 15% menor do que no ano anterior. O feijão de segunda safra, por sua vez, segue com boas perspectivas para os produtores.
Com base nas projeções atuais, o Paraná deve alcançar uma produção total de grãos de 45 milhões de toneladas em 2025, o que representaria um aumento de 19% em relação ao ano passado, abrangendo uma área de 10,5 milhões de hectares.
Além dessas previsões, o Deral também divulgou o Boletim de Conjuntura Agropecuária, com destaque para a expectativa de melhora nos preços do gado de leite, devido à menor captação industrial e aumento nas exportações. O relatório também menciona o recorde de abates de suínos em 2024, apesar de uma queda no peso médio dos animais, e o aumento na produção de ovos no Brasil, com o Paraná mantendo a segunda posição no ranking nacional.
Em suma, 2025 promete ser um ano de grande produtividade para a agricultura paranaense, com alguns desafios pela frente, mas também boas oportunidades para os produtores.