Preço da Arroba em Foco Após Feriado

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Foto: Pensar Agro

Com o término do feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes, o setor pecuário inicia a semana com expectativas renovadas. O mercado do boi gordo reabre nesta terça-feira (22) em meio a incertezas quanto às próximas movimentações dos frigoríficos. As decisões de compra, assim como os preços da arroba, devem ser fortemente influenciados pelo desempenho das vendas de carne durante os dias de folga e pela aproximação do período de maior oferta de animais, tradicionalmente observado a partir de maio.

Na semana que antecedeu o recesso, o mercado registrou comportamento volátil. Um aumento expressivo nas cotações foi observado na terça-feira (15), quando os frigoríficos aceleraram as compras para garantir a manutenção das escalas de abate. Contudo, esse movimento perdeu força rapidamente. Já na quarta-feira (16), muitas indústrias desaceleraram o ritmo das aquisições, o que resultou em recuos de preço em diversas regiões.

Esse vaivém nos valores reforça a importância da semana atual para definir se haverá retomada da valorização ou se o mercado enfrentará uma nova rodada de queda nos preços.

Oscilações regionais nos preços da arroba

A última cotação de referência antes do feriado, registrada no dia 16 de abril, apontou variações distintas entre os principais polos pecuários do país. Em São Paulo, a arroba do boi gordo a prazo alcançou R$ 335, com alta de 1,52%. Uberaba (MG) também registrou elevação, com preço médio de R$ 325, avanço de 1,56%. Já em Cuiabá (MT), a cotação chegou a R$ 330, crescimento de 3,13%.

Por outro lado, houve retrações em Goiânia (GO) e Dourados (MS), onde os valores recuaram para R$ 320 – uma baixa de 1,54% em ambos os casos. Em Vilhena (RO), o mercado permaneceu estável, com a arroba sendo negociada a R$ 290.

Atacado e exportações: estabilidade e bons números sustentam o otimismo

Apesar do cenário ainda indefinido no mercado físico, o segmento atacadista segue firme. Os preços da carne bovina não sofreram alterações significativas com o feriado. O quarto traseiro manteve-se em R$ 26,00/kg, enquanto o dianteiro permaneceu em R$ 19,00/kg. Essa estabilidade, mesmo diante de um período de menor atividade comercial, indica confiança no consumo doméstico.

No comércio exterior, o Brasil continua com forte desempenho nas exportações de carne bovina. Nos nove primeiros dias úteis de abril, o país exportou 98,2 mil toneladas de carne bovina in natura, congelada ou refrigerada, movimentando R$ 2,83 bilhões. A média diária foi de 10,9 mil toneladas, com receita de R$ 313 milhões. O preço médio por tonelada exportada chegou a R$ 28.869 – uma elevação de 9,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Esse crescimento foi ainda mais expressivo quando analisada a receita média diária (+26,6%) e o volume exportado (+15,6%). No entanto, analistas apontam uma desaceleração nos embarques para mercados-chave, como Estados Unidos e China, reflexo de incertezas em relação às tarifas comerciais. Essa lentidão contribuiu para o movimento de valorização pontual registrado antes do feriado, especialmente em estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde frigoríficos correram atrás de lotes prontos.

O que esperar dos próximos dias

O comportamento do mercado nos próximos dias será determinante para os rumos da pecuária de corte. As decisões dos frigoríficos em relação às escalas de abate, aliadas à resposta do varejo quanto ao consumo de carne após o feriado, deverão guiar as próximas movimentações de preço. Enquanto isso, o setor acompanha atentamente os sinais da exportação e a movimentação no mercado interno, com atenção especial ao início da safra de maior oferta de animais.