O estado do Paraná caminha para alcançar uma marca histórica na produção de milho na safra 2024/2025. Segundo a Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a expectativa é de que a produção total supere o recorde anterior registrado na safra 2016/2017, quando foram colhidas 18,1 milhões de toneladas do grão.
A projeção considera tanto a primeira quanto a segunda safra. A colheita da primeira fase foi concluída recentemente e apresentou resultados animadores, com produtividade média recorde de 10,8 mil quilos por hectare. Mesmo com uma redução de 8% na área plantada em comparação ao ciclo anterior — passando de 298,2 mil para 274,5 mil hectares —, o volume total chegou próximo a 3 milhões de toneladas.
Já a segunda safra, que se encontra 100% plantada, foi semeada em uma área de 2,72 milhões de hectares, número 7,4% superior ao do ciclo passado. A expectativa é que essa fase produza aproximadamente 16,15 milhões de toneladas, consolidando a maior safra de milho da história paranaense, mesmo diante de perdas previstas por conta de adversidades climáticas.
Outras culturas também se destacam
Além do milho, outras culturas importantes para o agronegócio do estado apresentam projeções promissoras. A cevada, por exemplo, deve alcançar uma produção de 411,5 mil toneladas, 39% superior ao ciclo anterior. A área plantada cresceu 17%, chegando a 94,3 mil hectares. O avanço do plantio na região de Guarapuava, principal polo produtor da cultura, deve intensificar esse crescimento.
O café também mostra sinais de recuperação. A estimativa é de que sejam produzidas 42,8 mil toneladas, um incremento de 6% em relação à safra anterior, o que representa uma recuperação significativa após os impactos causados pela seca em 2023.
Para o trigo, a projeção é de uma colheita de 2,73 milhões de toneladas — um aumento de 19% em relação ao ciclo anterior, mesmo com a redução de 25% na área plantada, que caiu de 1,13 milhão para 849,8 mil hectares. O clima favorável tem sido determinante, com 96% das lavouras em boas condições, podendo garantir uma produtividade média de até 3,2 mil quilos por hectare.
Feijão enfrenta perdas severas
A exceção neste cenário otimista é o feijão. A segunda safra foi fortemente impactada por seca e pela presença de mosca-branca, levando a uma projeção de queda de 22% na produção em comparação ao ciclo anterior. A estimativa atual é de 534 mil toneladas, resultado também influenciado pela diminuição de 25% na área plantada, que soma 328,5 mil hectares.
Avicultura sente alta nos custos de produção
O Boletim de Conjuntura Agropecuária, também divulgado pelo Deral, trouxe dados importantes sobre o setor de proteína animal. Em abril de 2025, o custo de produção do frango vivo no Paraná chegou a R$ 4,88/kg, um aumento de 0,4% em relação a março e de 14% frente ao mesmo mês do ano passado. A alta nos preços da ração (15,2%) e dos pintinhos de um dia (20%) são os principais responsáveis pela elevação dos custos.
Mesmo com o aumento das despesas, o preço médio pago ao produtor subiu. Em abril, o frango vivo foi vendido a R$ 5,07/kg, uma valorização de 8,6% em relação ao mês anterior e de 13,7% frente ao valor praticado em abril de 2024.
Conclusão
O Paraná reafirma sua força no cenário agropecuário nacional, com projeções que indicam uma safra histórica de milho e avanços significativos em outras culturas. Apesar dos desafios climáticos e das oscilações nos custos de produção, os dados mostram um setor resiliente e cada vez mais estratégico para a economia do estado e do país.