Paraná reforça vigilância contra gripe aviária

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Foto: IDR PARANA

Paraná mantém vigilância rigorosa e fortalece biossegurança diante de caso de gripe aviária no RS

Apesar da confirmação recente de um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o Paraná segue sem registros da doença em seu território. Ainda assim, o Estado intensificou as ações de vigilância e biossegurança para proteger a avicultura paranaense, considerada a mais importante do Brasil.

O alerta emitido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) levou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) a redobrar os cuidados em todo o território estadual. Entre as medidas reforçadas estão a vigilância ativa em aves silvestres, granjas comerciais e de subsistência, além da suspensão de visitas não essenciais, controle de acesso às propriedades, higienização rigorosa de veículos e equipamentos e monitoramento constante de sinais clínicos nas aves.

A importância da prevenção no Paraná é estratégica: o Estado é o maior produtor de frangos do Brasil, responsável por 34% da produção nacional, com mais de 2 bilhões de aves abatidas apenas em 2024. Além disso, lidera as exportações do setor, que somaram mais de US$ 4 bilhões no último ano.

Segundo o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, o Paraná está preparado para enfrentar o risco com responsabilidade. “Temos um sistema forte, com 131 escritórios locais da Adapar, 33 postos nas divisas e parcerias com prefeituras e sindicatos rurais nos 399 municípios. Mantemos contato permanente com os produtores para garantir uma resposta rápida e eficiente”, afirmou durante participação na ExpoIngá.

O chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, reforça que o foco atual é impedir a entrada do vírus nas granjas comerciais. Ele destaca os investimentos contínuos do setor em biossegurança, considerados entre os mais avançados do mundo. “A avicultura paranaense vem se preparando há muitos anos. Precisamos agora garantir o cumprimento rigoroso dos protocolos, utilizando toda a estrutura já existente.”

A Adapar também segue monitorando aves migratórias, especialmente no Litoral, onde há maior risco de contato com aves silvestres infectadas. Esse trabalho é desenvolvido em parceria com o Centro de Estudos Marinhos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que auxilia na orientação de criadores de aves de subsistência.

Embora o primeiro caso comercial tenha sido registrado no Brasil apenas agora, o vírus da gripe aviária já circula globalmente há décadas, com maior incidência em regiões como Ásia, África e norte da Europa. Desde 2023, há notificações em aves silvestres no país, o que exigiu do governo paranaense a decretação de estado de emergência zoossanitária — medida que permanece em vigor para garantir uma resposta rápida diante de qualquer ocorrência.

A nota técnica emitida pela Adapar tranquiliza os consumidores, destacando que a Influenza Aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos provenientes de estabelecimentos inspecionados, sendo esses alimentos totalmente seguros.

Mesmo diante da suspensão temporária das importações de carne de frango por parte da China e da União Europeia — conforme protocolos mais antigos — o Estado mantém relações comerciais com países cujas regras permitem restrições pontuais, como Japão e Arábia Saudita, sem impactos generalizados para o setor.

O Ministério da Agricultura já colocou em prática o plano nacional de contingência, com foco na erradicação do foco detectado, preservação da capacidade produtiva e manutenção da segurança alimentar da população. Enquanto isso, o Paraná segue vigilante, atuando com agilidade e eficiência para manter a sanidade do rebanho avícola e a confiança dos mercados consumidores.