Paraná pede apoio federal para produtores afetados por perdas climáticas

0
42
Foto: José Fernando Ogura (AEN)
Foto: José Fernando Ogura (AEN)

Nos últimos anos, o agronegócio paranaense vem enfrentando um cenário desafiador, marcado por perdas expressivas nas lavouras e dificuldades crescentes para produtores de todos os portes. Em resposta à situação crítica, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e diversas entidades representativas do setor formalizaram um pedido conjunto ao governo federal, solicitando ações emergenciais para amortizar dívidas e garantir a continuidade da produção no campo.

O documento, assinado pela Faep, Ocepar, Fetaep e Unicafes-PR, foi encaminhado aos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e das Relações Institucionais. Nele, as entidades relatam a série de eventos climáticos extremos que vêm atingindo o Paraná desde 2017, incluindo secas prolongadas, geadas, tempestades e granizo — fenômenos que comprometeram sucessivas safras e deixaram milhares de produtores em situação de endividamento.

De acordo com as informações apresentadas, a safra 2021/22 foi uma das mais severas das últimas décadas, com redução de até 40% na produção de soja, e perdas regionais superiores a 80%. Em 2025, os prejuízos voltaram a se repetir com a destruição de lavouras e estruturas de armazenagem em pelo menos cinco regiões do Estado.

Outro ponto de destaque é a crise enfrentada pelo setor leiteiro, especialmente entre agricultores familiares. A combinação entre queda no preço pago ao produtor, aumento dos custos e concorrência de produtos importados tem ameaçado a sustentabilidade de milhares de pequenas propriedades.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a nova Lei Estadual nº 22.765/2025, sancionada pelo governador Ratinho Junior, representa um avanço importante ao proibir a reconstituição de leite em pó importado, mas ainda é necessário um conjunto de medidas federais que aliviem o peso das dívidas acumuladas.

As entidades pedem que o governo federal retome o caráter original da Medida Provisória nº 1.314/2025, criada para apoiar produtores atingidos por eventos climáticos, mas que acabou tendo seu alcance reduzido pela Resolução CMN nº 5.247/2025. As regras atuais exigem critérios de enquadramento que, segundo o setor, deixam de fora boa parte dos agricultores paranaenses.

Com o envio da carta, o Paraná reforça sua posição de liderança e articulação no cenário nacional do agronegócio, cobrando soluções concretas e ágeis que possam restabelecer o equilíbrio financeiro das propriedades e garantir a sustentabilidade da produção rural, essencial para a economia e o abastecimento alimentar do país.