Paraná Inicia Temporada de Pinhão com Regras Estritas

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Foto: Denis Ferreira Netto/SEDEST-PR

A temporada de pinhão no Paraná inicia oficialmente nesta terça-feira (1º), com a liberação da colheita, transporte e comercialização do fruto, uma das principais riquezas naturais do estado. O Instituto Água e Terra (IAT) regulamenta a safra com normas específicas para garantir a preservação ambiental e a sustentabilidade da produção. As novas regras, estabelecidas pela Portaria IAP nº 046/2015, visam assegurar que o pinhão só seja comercializado após atingir a maturação completa, um processo crucial para evitar impactos negativos na saúde humana e na biodiversidade.

A medida tem como foco a proteção da araucária, árvore símbolo do estado e espécie ameaçada de extinção. As pinhas imaturas, que ainda não atingiram o estágio de maturação, apresentam alto teor de umidade e maior risco de contaminação por fungos, tornando o pinhão impróprio para o consumo. O consumo inadequado pode gerar sérios problemas de saúde, como náuseas, problemas digestivos e constipação intestinal.

IAT libera a comercialização do pinhão, com condicionantes ambientais, a partir desta terça-feira (1º).

O chefe da Divisão de Fiscalização Ambiental do IAT, Ivo Czelusniak Good, destaca a importância de preservar a flora e fauna local durante o período de colheita. “Além de garantir a alimentação da fauna que depende da araucária, as pinhas maduras são essenciais para a semeadura do fruto, processo que contribui para a regeneração da floresta”, explica Good. Animais como a cutia desempenham um papel fundamental ao transportar as sementes para novos locais, promovendo a propagação natural da árvore.

A fiscalização da temporada ficará a cargo do IAT, com apoio da Polícia Ambiental, por meio do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV). As denúncias sobre a comercialização irregular podem ser feitas diretamente à Ouvidoria do IAT ou à Polícia Ambiental. As multas por descumprimento das regras podem variar entre R$ 300 a cada 50 quilos de pinhão apreendido, além das implicações por crime ambiental.

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O impacto econômico da safra é significativo para o Paraná, com a produção de pinhão movimentando, em 2023, cerca de R$ 22,4 milhões, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). As regiões Central, Sul e Sudoeste do estado concentram a maior parte da produção, que é distribuída para consumo humano e alimentação de diversas espécies da fauna regional, como pássaros e mamíferos.

Assim, a temporada de pinhão, além de ser uma tradição cultural e econômica do Paraná, também tem um importante papel na conservação do meio ambiente e no equilíbrio ecológico das florestas de araucária.