
A sericicultura paranaense encerrou 2025 com avanços importantes e planos robustos para os próximos anos. Em Maringá, representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Fundação Bratac e integrantes da Câmara Técnica da Sericicultura participaram da última reunião anual do setor, momento marcado pela apresentação de resultados e pela definição das prioridades para 2026.
Durante o encontro, equipes técnicas da Adapar detalharam as ações de fiscalização e defesa sanitária conduzidas nos últimos dois anos. O objetivo central tem sido garantir a proteção da atividade, com atenção especial ao uso correto de agrotóxicos e à prevenção de deriva — problema que continua entre os principais causadores da mortalidade do bicho-da-seda em propriedades do estado.
Com mais de 80% de participação na produção nacional de casulos, o Paraná segue como referência absoluta no país. O desempenho expressivo é sustentado por uma cadeia produtiva fortemente ligada à agricultura familiar, sobretudo na região Noroeste, onde o cultivo das amoreiras e a criação das lagartas movimentam a economia local e geram oportunidades de renda.
Desafios que exigem vigilância constante
Segundo Leandro Dadalt, chefe da Divisão de Controle de Agrotóxicos da Adapar, a atividade convive com uma série de desafios diários. Ele destaca que fatores climáticos extremos, como altas temperaturas e períodos prolongados de estiagem, somam-se à necessidade de manter a sanidade das lagartas e conviver com lavouras vizinhas que dependem de defensivos agrícolas.
Dadalt reforça que o trabalho preventivo tem sido decisivo:
A Adapar atua orientando os agricultores para que a aplicação de agrotóxicos aconteça dentro das normas, reduzindo riscos às áreas de amoreiras e preservando uma atividade conduzida majoritariamente por pequenos produtores, explicou.
Rumo a 2026: mais pesquisa e apoio ao produtor
Para o próximo ano, as instituições envolvidas reafirmaram a meta de manter a liderança paranaense e aprimorar a sustentabilidade da cadeia. Entre as prioridades definidas estão o fortalecimento da pesquisa, melhorias na assistência técnica e ampliação das ações de defesa agropecuária — medidas consideradas essenciais para garantir competitividade e qualidade.
Protagonismo feminino e reconhecimento internacional
A sericicultura tem grande presença feminina, e 2025 reforçou esse protagonismo. Durante o 41º Encontro de Sericicultores do Paraná, realizado em Cruzeiro do Sul, as dez melhores produtoras do estado foram homenageadas pelo Concurso Seda Paraná, promovido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e pelo Gabinete da Primeira-Dama.
As duas primeiras colocadas ganharam uma viagem à França, onde representarão o Paraná na feira internacional Silk In Lyon, realizada entre 20 e 23 de novembro. O Programa Seda Paraná, do Governo do Estado, segue incentivando a atividade e fortalecendo especialmente o trabalho das mulheres rurais.
Produção em destaque
Os números confirmam a força da cadeia no estado:
86% da produção nacional de fio de seda é paranaense
São Paulo responde por 10%, e Mato Grosso, por 4%
Nova Esperança segue como capital brasileira da seda, com 94,44 toneladas de casulos produzidos em 250 hectares de amoreiras, gerando VBP de R$ 3,1 milhões
Em 2024, 148 municípios participaram da atividade, com 2.460 hectares cultivados
A produção anual atingiu 1,35 mil toneladas de casulos, movimentando R$ 44,4 milhões
O estado mantém exportações consolidadas para França, Itália, Japão, Índia e China, mercados exigentes que reconhecem a qualidade do fio produzido no Paraná.










