Regiões do Sudoeste e Oeste do Paraná sofrem com agravamento da estiagem, segundo monitoramento climático
A escassez de chuvas segue se intensificando no Sudoeste e no extremo Oeste do Paraná, conforme apontam os dados mais recentes do Monitor de Secas, divulgados nesta sexta-feira (16) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O levantamento, realizado em parceria com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), revela um crescimento da seca moderada nessas regiões, especialmente ao redor dos municípios de Pato Branco, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu.
Segundo os especialistas, a principal causa do agravamento é a continuidade de chuvas abaixo da média histórica desde o final de 2024. De acordo com Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, a ausência de sistemas meteorológicos capazes de provocar precipitações já indicava que o mês de abril de 2025 registraria níveis baixos de chuva. “O cenário atual é reflexo direto da falta de chuvas nos meses anteriores, o que tem contribuído para o avanço da estiagem nessas áreas”, explicou.
O impacto imediato da seca atinge principalmente o setor agrícola, devido ao comprometimento da umidade no solo. No entanto, o quadro se mostra ainda mais preocupante em áreas do Norte e Oeste do estado, onde os efeitos se estendem também ao abastecimento hídrico, caracterizando consequências tanto de curto quanto de longo prazo.
No contexto nacional, o Monitor de Secas também registrou situações críticas em outras regiões do Brasil. O noroeste do Rio Grande do Sul, uma área na divisa com Santa Catarina, além de partes da Bahia, Maranhão e Amazonas, apresentaram níveis de seca mais severos. Este último estado, porém, apresentou melhora em relação aos meses anteriores, beneficiado por volumes de chuva mais significativos.
O Monitor de Secas, coordenado pela ANA desde 2017, teve início em 2014 com foco no semiárido nordestino — então assolado por uma das piores secas do último século. Desde então, o projeto vem sendo ampliado para abranger diversas regiões do país, oferecendo um retrato detalhado das condições climáticas com base em dados de precipitação, temperatura, cobertura vegetal, níveis de reservatórios e evapotranspiração.
O Simepar, responsável pela análise mensal das regiões Sul e Sudeste, destaca a importância da continuidade dos monitoramentos e da adoção de políticas preventivas frente às mudanças climáticas que vêm se acentuando.