Com aroma marcante e sabor agridoce, a goiaba-serrana, fruta nativa das regiões Sul do Brasil, encerra sua safra no mês de maio em Santa Catarina. Conhecida cientificamente como Acca sellowiana, a planta cresce naturalmente em áreas acima de 800 metros de altitude, principalmente nos biomas da Mata Atlântica e do Pampa.
No Planalto Serrano Catarinense, cerca de 20 agricultores familiares cultivam a fruta em uma área de aproximadamente 20 hectares. A produtividade média gira em torno de 15 a 20 toneladas por hectare, com o quilo da fruta in natura sendo vendido pelos produtores a R$15, enquanto o preço no mercado pode variar entre R$20 e R$30.
De casca verde mesmo quando madura e polpa clara e gelatinosa, a goiaba-serrana é consumida principalmente in natura, mas também é ingrediente para sucos, geleias, doces, licores, molhos, sorvetes e até espumantes artesanais. É considerada uma “superfruta” devido à sua alta concentração de antioxidantes, vitamina C, vitaminas do complexo B e minerais.
O cultivo comercial da espécie em Santa Catarina começou na década de 1980, por meio de um programa de pesquisa liderado pela Epagri, em parceria com a UFSC, a Udesc e produtores locais. Desde então, a Epagri tem investido em melhoramento genético da planta e já lançou cinco cultivares: Alcântara, Nonante, Helena, Mattos e Pierri — cada um com diferentes épocas de maturação, o que possibilita escalonar a colheita.
De acordo com Maêve Silveira Castelo Branco, da Epagri, a goiaba-serrana representa uma alternativa promissora de renda para os agricultores familiares da região. Em 2019, a empresa lançou o livro A cultura da goiabeira-serrana, com informações técnicas sobre o manejo da fruta, ampliando o acesso ao conhecimento sobre essa espécie típica do Sul do Brasil.
