Durante o verão, é comum que produtores rurais do Paraná enfrentem o aumento da presença de serpentes em suas propriedades. Esse fenômeno, que ocorre anualmente, tem gerado preocupação devido ao risco de acidentes envolvendo esses animais. No final do ano passado, por exemplo, o produtor Helio Rodrigues Gimaiel Filho, de Cianorte, perdeu uma vaca após o animal ser picado por uma cascavel.
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), aproximadamente 1.000 pessoas são picadas por serpentes no Paraná a cada ano. Em 2023, foram registradas 938 ocorrências desse tipo no estado. As espécies mais comuns em propriedades rurais são a jararaca (responsável por 75% dos casos), a cascavel (7%), a coral (1,5%) e outras variedades (12,5%).
Prevenção e segurança
O chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama no Paraná, Sérgio Suzuki, ressalta a importância de medidas preventivas para evitar a presença de serpentes. Ele destaca que esses animais buscam locais onde há disponibilidade de alimento, especialmente pequenos roedores. Dessa forma, manter o entorno das residências e áreas de mata limpos é essencial para reduzir a incidência de cobras.
“A destinação adequada do lixo é fundamental para evitar a presença de roedores, que, por sua vez, atraem serpentes”, explica Suzuki. “Também é importante evitar o acúmulo de lenha, pois isso pode criar abrigos para esses animais”, acrescenta.
Outra recomendação crucial é o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como botas, perneiras e luvas, especialmente durante atividades ao ar livre. Caso uma serpente seja avistada, a orientação é evitar a aproximação, pois esses animais tendem a atacar quando se sentem ameaçados. “A maioria das serpentes tem comportamento reativo e pode dar vários botes seguidos”, alerta Suzuki. O técnico do Departamento Técnico do Sistema FAEP, Neder Corso, reforça a importância dos EPIs como uma medida essencial de proteção para os trabalhadores rurais.
Como agir ao encontrar uma serpente
Caso um produtor rural encontre uma cobra em sua propriedade, a ação recomendada é entrar em contato com as autoridades competentes. A Força Verde pode ser acionada pelo telefone 181, assim como o Corpo de Bombeiros, a Secretaria Municipal de Saúde ou o Centro de Zoonoses local.
Esses órgãos possuem equipe preparada para realizar a captura e encaminhar o animal a centros especializados, onde podem ser utilizados para a produção de soro antiofídico. A adoção dessas medidas contribui para a segurança dos trabalhadores rurais e para a preservação da fauna silvestre, garantindo um equilíbrio adequado entre o homem e o meio ambiente.