Colheita de Soja Acelera, Mas Divergências Persistem nas Projeções

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Foto: AEN/PR

A colheita da soja no Brasil avança em ritmo acelerado, alcançando 70,2% da área cultivada até o dia 14 de março, conforme dados da consultoria Safras & Mercado. Esse percentual supera tanto os 62,4% registrados no mesmo período do ano passado quanto a média dos últimos cinco anos, que é de 63,7%. O avanço expressivo reflete um desempenho favorável da safra em diversas regiões, apesar de desafios climáticos pontuais que afetaram algumas áreas.

As projeções para a safra nacional de grãos seguem otimistas, com estimativas elevadas por parte dos órgãos oficiais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê uma produção total de 323,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025, o que representaria um crescimento de 10,6% em relação a 2024. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um volume ainda maior, com um recorde de 328,3 milhões de toneladas, significando um aumento de 10,3%.

Especificamente para a soja, a Conab estima uma colheita de 167,4 milhões de toneladas na primeira safra, o que indica um avanço de 13,3% em relação ao ciclo anterior. Esse crescimento se deve à ampliação da área plantada, que deve atingir 81,6 milhões de hectares, além da recuperação da produtividade média, projetada em 4.023 quilos por hectare. Apesar dos desafios enfrentados durante o plantio, a redução das chuvas em fevereiro acelerou a colheita, ultrapassando 80% da área em algumas regiões.

No entanto, a consultoria Safras & Mercado ajustou para baixo sua estimativa de produção de soja, reduzindo de 174,88 milhões para 172,45 milhões de toneladas. A revisão decorre de perdas significativas no Rio Grande do Sul, onde a estiagem e as altas temperaturas impactaram negativamente a produtividade. Ainda assim, o volume estimado representa um crescimento de 13,2% em relação à safra anterior, que foi de 152,3 milhões de toneladas.

Além do Rio Grande do Sul, áreas do interior da Bahia e do norte de Minas Gerais enfrentam dificuldades devido à baixa umidade do solo. Em contrapartida, estados como Goiás e parte da região do Matopiba apresentam boas condições de produção, contribuindo para manter as perspectivas gerais positivas para a safra nacional.

Com uma oferta robusta de soja prevista para 2025, o setor produtivo espera um abastecimento sólido no mercado interno e um volume expressivo voltado para exportação. Nos próximos meses, o monitoramento do avanço da colheita e a confirmação das estimativas seguirão sendo pontos de atenção para o agronegócio brasileiro.