O setor de leite e derivados no Brasil tem apresentado sinais positivos nos primeiros meses de 2025, refletindo avanços tanto nos preços pagos ao produtor quanto em indicadores de mercado. Segundo dados recentes, o valor médio do litro de leite pago aos produtores atingiu R$ 2,78 em fevereiro, representando um aumento de 4,9% em relação ao mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a valorização chega a expressivos 24,3%, consolidando um cenário mais favorável para os produtores.

A relação de troca entre o leite e a mistura (utilizada na alimentação animal) também apresentou leve melhora em fevereiro. Para adquirir 60 kg de mistura, foram necessários 33,4 litros de leite, uma redução em comparação aos 36,8 litros exigidos no mesmo mês de 2024. Esse indicador demonstra um ganho no poder de compra do produtor e sugere uma maior viabilidade econômica da atividade leiteira neste início de ano.

No comércio varejista, a cesta de produtos lácteos apresentou elevação de 2,1% em março. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 9,8%, superando a inflação oficial do país, que ficou em 5,5% no período, conforme o IPCA. Entre os itens com maiores elevações estão o leite UHT, com acréscimo de 3,3% em março, seguido pelos queijos, com aumento de 1,5%.
As importações brasileiras de leite e derivados somaram 179 milhões de litros equivalentes em março, o que representa uma queda mensal de 14,8%. Contudo, na comparação com março de 2024, houve um leve crescimento de 2,7%. Por outro lado, as exportações tiveram alta mensal de 26,4%, alcançando 7,6 milhões de litros equivalentes, embora esse número ainda represente uma queda significativa de 46,6% frente ao desempenho do mesmo mês do ano anterior.

No acumulado do ano, a balança comercial de lácteos segue negativa, com déficit de US$ 256 milhões, refletindo a importação de cerca de 573 milhões de litros em equivalente leite.
No mercado internacional, os preços dos principais derivados também apontaram para cima. Em abril, o leite em pó integral foi cotado a US$ 4.117 por tonelada, com alta de 1,5% sobre março. Já o leite em pó desnatado apresentou valorização de 3,6%, alcançando US$ 2.836 por tonelada.
Esse conjunto de dados indica um mercado mais aquecido e com recuperação gradual em diversos elos da cadeia produtiva, o que pode trazer perspectivas mais otimistas para o restante do ano no setor lácteo brasileiro.