A suinocultura sul-mato-grossense vive um momento de ascensão e consolidação no cenário agropecuário brasileiro. Com avanços expressivos em produção, tecnologia e sustentabilidade, o estado caminha para se tornar um dos cinco maiores produtores e exportadores de carne suína do país, reforçando seu protagonismo no setor.
Em 2024, Mato Grosso do Sul atingiu a marca de mais de 3,39 milhões de suínos abatidos, o que resultou em cerca de 315 mil toneladas de carne. O setor movimenta uma cadeia produtiva robusta, responsável por gerar aproximadamente 32 mil empregos diretos e abrigar 129 empresas que atuam em diversas etapas do processo. Atualmente, o estado ocupa a 6ª colocação no ranking nacional de exportações de carne suína, com uma expectativa real de subir para a 5ª posição em curto prazo.
O crescimento da atividade não se dá por acaso. Uma das principais estratégias tem sido o investimento contínuo em biosseguridade e bem-estar animal. Iniciativas como o programa “Leitão Vida”, que já recebeu mais de R$ 64 milhões em aportes, vêm modernizando as granjas, ampliando a eficiência produtiva e elevando os padrões de qualidade da carne sul-mato-grossense.
Outro fator que impulsiona o setor é a infraestrutura logística. Projetos como a Rota Bioceânica prometem facilitar o acesso aos mercados asiáticos, ampliando o potencial de exportação e tornando o produto ainda mais competitivo no cenário global. As melhorias nas rodovias e nos corredores logísticos reforçam essa perspectiva de expansão sustentável.
Regiões como Dourados, Sidrolândia e São Gabriel do Oeste se destacam como polos dinâmicos de produção, impulsionados pela força das cooperativas, associações locais e pelo apoio de instituições de ensino e pesquisa, como a Embrapa e a UFMS. Essa integração entre produção, ciência e capacitação profissional tem sido essencial para manter a inovação constante no setor.
A retirada da vacinação contra a febre aftosa e o reconhecimento do estado como área livre da doença sem vacinação representam marcos estratégicos para a abertura de novos mercados internacionais, incluindo a União Europeia. Essa mudança no status sanitário coloca o Brasil em uma posição privilegiada nas negociações globais, abrindo portas para o fortalecimento da carne suína no exterior.
Com uma cadeia produtiva organizada, investimentos consistentes e um compromisso com práticas sustentáveis, Mato Grosso do Sul se consolida como um dos grandes motores da suinocultura nacional. O desafio, agora, é manter esse ritmo de crescimento com responsabilidade ambiental, inovação tecnológica e valorização dos profissionais do campo — pilares que sustentam o futuro promissor da atividade.