Safra de Milho no Paraná: Expectativas Elevadas

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Os produtores de milho da primeira safra no Paraná podem estar prestes a alcançar uma produtividade histórica, atingindo uma marca superior a 10,4 mil quilos por hectare. Paralelamente, a segunda safra está avançando no plantio com boas expectativas e pode se tornar uma das melhores colheitas registradas no Estado.

Esses dados fazem parte da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Se confirmados os números, a produção superará o recorde de 10,2 mil quilos por hectare registrado na safra 2022/23. A estimativa é de um crescimento de 11% em relação ao ciclo anterior, alcançando 2,8 milhões de toneladas, mesmo com uma área plantada reduzida de 294,4 mil para 267,5 mil hectares.

O analista do Deral, Edmar Gervásio, destaca que essa produtividade é um grande avanço, apesar do tamanho reduzido da primeira safra. Ele observa que historicamente essa safra tem perdido espaço para a soja, mas aqueles que optaram pelo milho este ano devem obter bons retornos.

Segunda Safra em Expansão

A segunda safra está em ritmo acelerado de plantio, impulsionada por condições climáticas favoráveis. Atualmente, cerca de 65% da área projetada de 2,6 milhões de hectares já foi plantada, e a previsão é de que esse percentual ultrapasse 90% nos próximos 15 dias. A estimativa de produção é de 15,9 milhões de toneladas, o que pode representar um recorde se a previsão for confirmada.

Apesar do cenário positivo, existe um fator de risco: geadas moderadas a fortes fora do período esperado podem comprometer o desenvolvimento da lavoura. Contudo, os plantios estão sendo realizados dentro do zoneamento adequado, minimizando potenciais impactos climáticos adversos.

Desafios na Produção de Soja

A colheita da safra de soja alcançou 50% da área cultivada de 5,77 milhões de hectares. No entanto, o Deral tem revisado para baixo suas estimativas devido a condições climáticas desfavoráveis, prevendo agora uma produção de 21,2 milhões de toneladas, 4,7% abaixo da estimativa inicial.

Apesar disso, a região Sul do Estado apresenta perspectivas mais otimistas, pois foi menos impactada por estiagens. Essa produtividade pode compensar, pelo menos parcialmente, as perdas registradas em outras regiões como Campo Mourão e Oeste do Paraná, que tiveram reduções de 376 mil e 317 mil toneladas, respectivamente.

Destaques na Olericultura

As colheitas de batata e cebola foram concluídas no Paraná, registrando crescimento significativo na produção. A batata de primeira safra teve um aumento de 48%, totalizando 584,2 mil toneladas, enquanto a cebola alcançou 127,7 mil toneladas, um incremento de 44% em relação ao ciclo anterior. O engenheiro agrônomo Paulo Andrade destacou a boa qualidade desses produtos.

A segunda safra de batata está com 66% da área plantada e uma previsão de 342,6 mil toneladas, com 94% das lavouras em boas condições. O tomate, porém, enfrenta desafios, com um surto de infecção virótica causada pela mosca-branca (Bemisia tabaci), afetando significativamente algumas regiões do Estado.

Expansão de Outras Culturas

A região Noroeste do Paraná tem diversificado suas lavouras, reduzindo a área de milho da segunda safra e investindo em culturas como a mandioca, cuja área cultivada aumentou 8%, atingindo 150 mil hectares. A previsão de produção é de 4,2 milhões de toneladas, um crescimento de 12%.

No Sul do Estado, houve um crescimento na produção de tabaco, que passou de 73 mil para 81 mil hectares, um aumento de 11%. Pequenos produtores têm se beneficiado dessa cultura, que deve atingir um recorde de 199,8 mil toneladas.

Mercado Agropecuário e Tendências

O Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Deral, também trouxe informações sobre a evolução de outras culturas e do mercado de proteína animal. Entre os destaques, está o aumento no preço da carne de tilápia e cortes populares de bovino, enquanto a carne de frango teve queda de preço. No setor suinícola, os produtores comemoram a redução nos custos de produção.

Com boas expectativas para o milho e desafios pontuais em outras culturas, o agronegócio paranaense segue demonstrando resiliência e capacidade de adaptação às condições climáticas e de mercado.