O setor leiteiro do Paraná tem se consolidado como um dos pilares do agronegócio estadual, enfrentando desafios estruturais e explorando novas oportunidades para avançar em qualidade, produtividade e competitividade. Nesse contexto, o evento “Perspectivas do Setor Lácteo 2025 a 2030”, promovido pelo Sistema FAEP, reuniu lideranças do segmento para debater estratégias e soluções voltadas ao fortalecimento da cadeia produtiva do leite.
Alianças Estratégicas e Investimentos para o Crescimento
Durante a abertura do evento, o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, ressaltou a importância da união entre produtores e indústria para impulsionar a cadeia leiteira paranaense. Ele enfatizou a necessidade de investimento em políticas públicas, defesa sanitária e inovação para elevar a qualidade dos produtos e ampliar a competitividade do setor.
O presidente do Sindileite-PR, Éder Desconsi, reforçou o compromisso da indústria em aumentar a capacidade de processamento de leite no estado. Regiões como Campos Gerais, Oeste e Sudoeste do Paraná têm recebido investimentos significativos, com foco na diversificação de produtos derivados do leite, agregando valor à produção.
Iniciativas e Projetos para o Desenvolvimento do Setor
O Sistema FAEP tem atuado ativamente para promover a modernização da pecuária leiteira. Entre os principais projetos em andamento, destaca-se a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), que atualmente atende dezenas de propriedades no Sudoeste e Oeste do estado, com previsão de expansão para mais de 1,3 mil propriedades. O objetivo é qualificar os produtores, aumentar a eficiência produtiva e incentivar a adoção de boas práticas na gestão da atividade leiteira.
Outra iniciativa de destaque é o Prêmio Queijos do Paraná, que em sua segunda edição, prevista para 2025, pretende consolidar a valorização da produção de queijos artesanais e industriais. Uma novidade do prêmio será o concurso “Excelência em Muçarela – Edição Pizza”, voltado à qualidade do produto na gastronomia.
Diagnóstico e Sanidade na Pecuária Leiteira
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) apresentou um levantamento detalhado sobre a cadeia produtiva do leite no estado. O estudo revelou que 79,4% das 32 mil propriedades que têm o leite como principal fonte de renda produzem até 500 litros diários. Além disso, 27% dos produtores ainda não recebem assistência técnica, enquanto 55% demonstraram interesse em expandir sua produção.
O evento também abordou questões sanitárias, destacando o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). Implementado no Paraná, o programa exige exames anuais para os produtores que fornecem leite para laticínios. Apesar dos avanços na redução da brucelose, a tuberculose bovina ainda representa um desafio, demandando aperfeiçoamento das estratégias de diagnóstico e controle.
Perspectivas para o Futuro
Ao final do evento, Airton Spies, coordenador da Aliança Láctea, apresentou o Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro (PDCGL), que propõe diretrizes para fortalecer a cadeia produtiva nos próximos anos. A iniciativa reforça a necessidade de investimentos em pesquisa, assistência técnica e políticas de incentivo para garantir um futuro sustentável e competitivo para a pecuária leiteira do Paraná.
Diante dos desafios e oportunidades discutidos, o setor leiteiro paranaense se mostra resiliente e comprometido com a evolução de suas práticas, consolidando-se como referência nacional na produção de leite de qualidade.
