IDR-Paraná Mobiliza Especialistas para Enfrentar Virose em Tomateiros

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Foto: IDR-PARANÁ

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) realizou um encontro técnico fundamental nesta semana para debater soluções contra uma virose que vem afetando severamente as lavouras de tomate na região de Faxinal. A doença, transmitida pela mosca-branca (Bemisia tabaci), está causando prejuízos expressivos aos produtores, podendo reduzir a safra esperada de R$ 40 milhões para menos de R$ 10 milhões.

Agravamento da Situação

João Reis, coordenador estadual de olericultura do IDR-Paraná, alertou sobre a gravidade da situação, destacando o impacto financeiro e social da crise:

“Fomos surpreendidos com a dimensão do problema em Faxinal. A perda é significativa e afeta diretamente a economia local e a renda dos agricultores, que já enfrentavam dificuldades devido aos baixos preços do tomate no início do ano.”

O rápido avanço da virose tem sido favorecido por condições climáticas propícias – altas temperaturas e baixa umidade – e pela predominância da variedade ‘Pai Pai’, que representa cerca de 80% das lavouras locais. Embora a monocultura traga vantagens produtivas, também aumenta a vulnerabilidade das plantações a doenças, facilitando a disseminação do vírus por meio da mosca-branca.

Estratégias e Ações Propostas

O encontro contou com a participação de extensionistas do IDR-Paraná, pesquisadores locais e representantes da Embrapa, com três principais objetivos:

  1. Diagnóstico Preciso: Identificar com exatidão o agente causador da virose, possivelmente pertencente ao grupo Begomovirus. Para isso, serão utilizadas técnicas moleculares avançadas, como PCR e sequenciamento genético, que permitirão compreender melhor o patógeno e suas variantes.
  2. Compartilhamento de Conhecimento: A colaboração com a Embrapa possibilitou a troca de informações sobre pesquisas e métodos de controle da virose, incluindo práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Entre as estratégias debatidas estão o uso de armadilhas adesivas, inseticidas seletivos e controle biológico com microrganismos benéficos.
  3. Elaboração de Nota Técnica: Um documento será produzido para orientar técnicos e produtores sobre medidas preventivas e corretivas. O foco será na monitorização da população da mosca-branca, controle de plantas hospedeiras e adoção de cultivares resistentes à virose.

Rui Pereira Leite, pesquisador do IDR-Paraná, enfatizou a importância da integração entre pesquisa e extensão rural:

“Formaremos um grupo de trabalho para elaborar esse documento com diretrizes claras sobre o problema e como enfrentá-lo. A investigação ainda está em curso, mas já identificamos que se trata de um Begomovirus, e nossas recomendações iniciais vão ajudar os produtores a mitigar os impactos.”

Medidas Adicionais e Perspectivas

Entre as ações prioritárias, destacam-se:

  • Desenvolvimento e Promoção de Cultivares Resistentes: Pesquisas para identificar variedades de tomate menos suscetíveis à virose.
  • Ampliação do Manejo Integrado de Pragas: Implementação de estratégias sustentáveis para reduzir a população da mosca-branca.
  • Suporte Econômico aos Produtores: Avaliação de mecanismos de apoio financeiro, como seguros agrícolas e linhas de crédito emergenciais.

João Reis reforçou a necessidade de um acompanhamento contínuo da situação: “Estamos empenhados em coletar mais amostras, ouvir os agricultores e ajustar as estratégias conforme necessário. O caminho para solução passa pela união de esforços e inovação no manejo das lavouras.”

O IDR-Paraná reafirma seu compromisso com os produtores, buscando soluções eficazes e sustentáveis para recuperar a produtividade e a rentabilidade das lavouras de tomate na região.