O aumento progressivo da presença da cigarrinha-do-milho tem preocupado os produtores de Santa Catarina. Dados recentes apontam que a média estadual de incidência desse inseto tem crescido semanalmente, exigindo atenção redobrada por parte dos agricultores. Segundo Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Epagri, a cigarrinha está migrando de lavouras colhidas para novos plantios, intensificando sua proliferação nas áreas de safrinha.
Embora a presença do espiroplasma tenha sido pouco detectada, o fitoplasma está surgindo com maior frequência nas lavouras do Estado. Esse cenário exige que os produtores estejam atentos ao manejo inicial, evitando a migração de insetos infectados para os plantios mais jovens. “O controle adequado reduz significativamente a população de cigarrinhas infectadas”, reforça a pesquisadora.
Controle Integrado e Monitoramento Constante
A adoção de práticas integradas é essencial para conter a disseminação da cigarrinha. Um dos principais cuidados recomendados é a aplicação de controle químico nas lavouras recentemente semeadas até os estágios V8-V10 do milho. “Os sintomas dos enfezamentos são silenciosos e só se tornam evidentes durante o desenvolvimento da lavoura, tornando essencial a prevenção antecipada”, alerta Maria Cristina.
Para auxiliar os agricultores, o programa Monitora Milho SC tem disponibilizado boletins informativos destacando as mudanças nas faixas de incidência do inseto. Regiões classificadas nas cores vermelha e preta indicam altos níveis de ocorrência, com algumas áreas registrando mais de 120 cigarrinhas capturadas semanalmente em armadilhas.
O Papel do Programa Monitora Milho SC
Criado em 2021, o programa Monitora Milho SC é resultado de uma parceria entre diversas instituições, incluindo Epagri, Udesc, Cidasc e outras entidades do setor. A iniciativa visa acompanhar e combater a infestação da cigarrinha-do-milho por meio de armadilhas distribuídas pelo Estado, possibilitando a análise laboratorial dos insetos para identificar a presença de patógenos.
Para ampliar o acesso às informações, foi lançado o aplicativo Monitora Milho SC, que permite aos produtores acompanhar em tempo real a incidência do inseto e tomar decisões mais assertivas sobre o manejo. Disponível para download gratuito, a ferramenta também fornece dados sobre a infectividade da cigarrinha com os patógenos do complexo do enfezamento, auxiliando na gestão estratégica das lavouras.
Com a continuidade do monitoramento e a aplicação de boas práticas de manejo, os agricultores catarinenses podem mitigar os impactos da cigarrinha-do-milho e preservar a produtividade de suas plantações.
