A soja e o milho no Rio Grande do Sul estão sofrendo com os efeitos da estiagem e das altas temperaturas, que chegaram próximas a 40°C. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a região Oeste é a mais impactada, mas lavouras em todo o estado também enfrentam dificuldades.
O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, destaca o papel da instituição na emissão de laudos técnicos para auxiliar no reconhecimento de situação de emergência e na captação de recursos. A estiagem não afeta apenas a agricultura, mas também a pecuária e o abastecimento de água para consumo humano.
As chuvas recentes foram irregulares e, em sua maioria, insuficientes para reverter o déficit hídrico. O calor excessivo e a baixa umidade do solo comprometeram o desenvolvimento da soja, especialmente nos estágios de floração (38%) e enchimento de grãos (49%). Entre os principais danos estão abortamento floral, queda prematura de vagens, desfolha basal e menor desenvolvimento das plantas, com as cultivares precoces sendo as mais prejudicadas.
No caso do milho, as temperaturas elevadas aceleraram a perda de umidade nos grãos e anteciparam a colheita, que já atingiu 54% da área cultivada. Lavouras semeadas dentro do período recomendado mantiveram boa produtividade, mas as plantações tardias sofrem com a restrição hídrica e o calor excessivo, que podem comprometer a fecundação e o enchimento dos grãos.
Além disso, observa-se um aumento na incidência da cigarrinha-do-milho em plantios realizados em janeiro, o que pode impactar ainda mais a produção. A situação exige monitoramento constante e estratégias adequadas para minimizar as perdas no campo.