Amendoim Ganha Destaque na Economia Agrícola do Paraná Durante as Festas Juninas

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Foto: IDR PARANÁ

Com a chegada de junho, as tradicionais festas juninas tomam conta do cenário cultural brasileiro, marcadas por danças típicas, vestimentas coloridas e uma variedade de pratos regionais. Entre os ingredientes mais emblemáticos dessas celebrações está o amendoim, que vai do pé-de-moleque à paçoca, passando pelas versões torradas e salgadas. No Paraná, esse grão ganha ainda mais importância por sua relevância econômica e ampla presença nas lavouras.

Atualmente, o amendoim é cultivado comercialmente em cerca de 200 municípios paranaenses. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostram que, em 2023, o estado produziu pouco mais de 7,8 mil toneladas em 2,1 mil hectares. Isso gerou um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 33,4 milhões. O destaque vai para Guairaçá, no Noroeste do estado, que sozinho respondeu por mais de 3,6 mil toneladas, seguido por Alto Paraná e Paranapoema.

Para a safra atual, a produção estimada é de 7,9 mil toneladas, o que representa cerca de 0,7% da produção nacional. Embora a fatia paranaense ainda seja pequena no cenário brasileiro, o cultivo local é significativo para a economia regional e se fortalece a cada ano.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta para a safra 2024/25 um recorde nacional de 1,16 milhão de toneladas. São Paulo se mantém como o maior produtor, com quase 80% desse total, enquanto o Mato Grosso do Sul contribui com cerca de 15%.

Segundo Edmar Gervasio, analista do Deral, o perfil do amendoim mudou com o tempo. Até a década de 1970, a maior parte da produção era destinada à extração de óleo. Com a ascensão da soja como matéria-prima mais rentável para essa finalidade, o amendoim passou a ser valorizado por suas aplicações na confeitaria e no consumo direto. Hoje, ocupa um espaço nobre como ingrediente típico das festas juninas e produtos industrializados.

Panorama da Produção Agropecuária Paranaense

Além do amendoim, o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Deral trouxe informações atualizadas sobre outros cultivos e atividades do setor primário no Paraná.

Milho – As recentes chuvas beneficiaram a safra de milho, sem prejuízos das geadas localizadas. A colheita já atingiu 3% da área total estimada em 2,72 milhões de hectares. Cerca de 40% da lavoura está em maturação, o que praticamente elimina riscos climáticos para essa fase.

Mandioca – A colheita da raiz avança em ritmo mais acelerado do que no ano passado, com previsão de 4,2 milhões de toneladas em 2025. O aumento de 16% em relação a 2024 se deve à ampliação da área plantada (de 138,6 mil para 151,4 mil hectares) e ao ganho de produtividade, que passou de 26,6 para 28 toneladas por hectare.

Cebola – A expectativa é de uma produção de 109,5 mil toneladas em 2,6 mil hectares. Os números indicam retração em relação ao ciclo anterior, com quedas de 13,5% na área cultivada e de 15,1% na produção. Guarapuava lidera com 52,7 mil toneladas em 950 hectares.

Proteínas Animais

O relatório também destaca o desempenho do Paraná e do Brasil na exportação de carnes e derivados.

Suínos – O país foi o terceiro maior exportador mundial de fígado suíno congelado em 2023, com 10 mil toneladas embarcadas e US$ 6,65 milhões em receita. O Paraná contribuiu com 234 toneladas, ficando atrás de estados como Santa Catarina, que liderou com 8,6 mil toneladas. As Filipinas foram o principal destino.

Peru – A produção brasileira de carne de peru foi de 127 mil toneladas em 2024, uma queda de 4,4% em relação a 2023. O Paraná manteve participação relevante nas exportações, com 8,7 mil toneladas, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Esses dados reforçam a diversidade da produção agropecuária paranaense e o papel estratégico do estado em diferentes cadeias produtivas — seja no campo das commodities ou em culturas e produtos com valor agregado, como o amendoim, que nesta época do ano ganha sabor e protagonismo também nas festas populares.